O inverno chegou trazendo consigo períodos de chuva intensa e bastante umidade. Com isso, surgem os mais diversos problemas de infiltrações, como goteiras e paredes molhadas. Mas será que sempre precisamos passar por esses transtornos? A resposta é: NÃO!
Nesse contexto, iremos tratar de uma etapa fundamental de qualquer construção: a impermeabilização! Ela, muitas vezes, é negligenciada visto que se trata de uma parte “invisível” das estruturas, no entanto, é indispensável para manter a sua estética. Além disso, é imprescindível para boa durabilidade da edificação (concreto armado tem pavor de água!) e conforto e saúde do usuário (os alérgicos que nos digam!).
Mas o que de fato é impermeabilizar?
Segundo a NBR 9575:2010, impermeabilização é o conjunto de operações e técnicas construtivas, composto por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra a ação prejudicial de fluidos, de vapores e da umidade. Essa norma técnica estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização, a fim de garantir a estanqueidade dos elementos construtivos que a requeiram.
O que é bom custa caro. Será?!

Fonte: Vedacit (2009) apud Righi (2009).
Considerando as demais etapas da construção, a impermeabilização requer pequena parcela do investimento total – apenas 3%. Entretanto, esse valor só se justifica quando a etapa é inserida em projeto. Este deve considerar todas as áreas sujeitas à umidade e à percolação de água e, com isso, propor todas as soluções para manter a estanqueidade do empreendimento.
Sendo assim, não custa caro, mas pode custar…
Se o construtor lembrar da impermeabilização apenas quando a obra está em andamento, essa etapa vai ser realizada com maior custo, pois envolverá demolição de outras estruturas e compras de material com urgência.
Agora, se a edificação já estiver habitada/em uso, e houver necessidade de reparo de danos por ausência ou falha da execução (ou do projeto?!) os custos tendem a ser quinze vezes maiores, em média.
Fonte: ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO (2005) apud RIGHI (2009).
Materiais e aplicações: sistemas rígidos x flexíveis
O tipo de sistema utilizado – rígido ou flexível – é escolhido de acordo com função e características do substrato, dimensões da obra, interfaces, durabilidade, custo e vida útil desejada.
Além disso, a movimentação é um fator essencial para determinar os locais onde serão aplicados cada um desses tipos. Esse fator depende da variação térmica, da exposição solar e da vibração sofridas pelo substrato.
Quanto maior a movimentação deve-se optar por sistemas do tipo flexível. O tipo rígido, entretanto, é indicado para locais com menor movimentação.
Na Tabela a seguir, listamos alguns dos principais exemplos de cada tipo – flexível ou rígido – utilizado na Construção Civil, juntos com seus locais de aplicação! Dê zoom, leia, compartilhe e cite!

Como é possível ver, existem diversas opções disponíveis atualmente que são adequadas a diferentes situações, o que muitas vezes leva a dúvidas quanto às diferenças entre elas.
Argamassa polimérica x Cristalizantes
Entre os sistemas rígidos, essas duas alternativas são fonte das maiores dúvidas por serem tão parecidas. A diferença entre essas duas, entretanto, está no princípio de funcionamento.

Aplicação de argamassa polimérica
As argamassas poliméricas são materiais bicomponentes (cimento + polímero) cujo aditivo polimérico preenche os poros existentes e confere, ainda, um pequeno aumento na capacidade de dilatação – sem deixar de ser um sistema rígido!
Os cristalizantes, por sua vez, são adequados para as situações de água sob pressão, como em áreas subterrâneas. No seu caso, trata-se de um composto que reage com a água presente na estrutura saturada, levando à formação de cristais hidratados não solúveis que reduzem a porosidade do concreto.
Membranas x Mantas
No caso dos sistemas flexíveis, a principal divisão está entre as membranas e as mantas.
As membranas são soluções feitas in loco, em geral com emulsões asfálticas. Assim como no revestimento asfáltico de rodovias, as emulsões empregadas permitem a utilização de uma mistura asfáltica trabalhável, cuja aplicação é feita de maneira similar a uma pintura. Sua produtividade é relativamente baixa por ser uma aplicação trabalhosa, assim, são utilizadas em áreas menores.

Aplicação de manta de P.E.A.D
As mantas, entretanto, são necessariamente pré-fabricadas, compostas por misturas asfálticas ou compostos poliméricos. Por serem pré-fabricadas, tornam-se mais produtivas, desse modo, a impermeabilização de uma grande área pode ser feita com muito mais velocidade!
Nas próximas semanas abordaremos ainda as patologias mais usuais relacionadas aos sistemas de impermeabilização e quais as soluções adotadas. Fiquem ligados!
Alguma dúvida? Falem com a gente aqui, no email, no Instagram, no LinkedIn, no Facebook, por sinais de fumaça…
Para ler mais!
[2] Equipe de obra: Conhecendo os Impermeabilizantes.
[3] Mapa de obra: Impermeabilização Rígida e Flexível, diferenças e aplicações.
Um comentário sobre “Sistemas de impermeabilização”